24 de novembro de 2006

Simplificando o Amor...

Amar é "Viver"!

Falar do Amor é falar da dimensão do ser humano. Do modo como este pensa, actua, sente, identifica, projecta e vive. Falar de Amor é falar da própria Vida. Trata-se de uma temática cuja transversalidade de abordagens e idiossincrasias de perspectivas e atitudes justifica a sua dissecação em parâmetros que permita uma análise mais simplificada, mas não simplista.
Comecemos pelo par de opostos! O Amor é por natureza heróico, destemido e vivaz, entre outras, a realidade perfeita por oposição ao medo e isso verifica-se no desenvolvimento da mente e da moral humanas. O medo acorrenta-nos na escravidão das vistas curtas. Por vezes, cegas! Limita a entrega, a descentração e a acção. É causa e consequência da ignorância. Pelo medo matamos, discriminamos e involuimos; e a nossa história é disso prova. É, portanto, de fácil compreensão que o medo está nas antípodas do Amor e que sai totalmente da esfera da evolução. O Amor é, pelo contrário ao medo, fonte de segurança, de conhecimento, de respeito, de entrega, de paixão, de aventura, … e a lista não teria fim!
O Amor implica Liberdade! Penso que a aprendizagem deste parâmetro é das mais bonitas da Escola da Vida. Liberdade implica individualidade na interdependência. Isto é, requer a exigência de sermos, com respeito, maturidade e consciência, nós próprios no partilhar a vida com o outro, pelo que a assertividade é sine qua non desta variável.
A Liberdade é também o maior preditor da validade do Amor. A Liberdade é um pleno exercício da competência da descentração. Do colocar-se no lugar do outro e, com autenticidade, estudar o seu comportamento, a sua dedicação e a congruência, ou a ausência desta, entre o que diz sentir e o modo como o demonstra. Amar é isso mesmo – deixar livre o outro!
O constante dar sem a cobrança, o entregar-se sem as contrapartidas, o relacionar-se sem aprisionar. A Liberdade é um dos parâmetros mais importantes do Amor, porque na maioria das relações, sejam elas de amor erótico, fraternal ou patronal, aquele que mais vezes é violado! Dar Liberdade é essencial para garantir a nossa própria liberdade e, em última instância, a nossa identidade.
A comunicação é também uma das variáveis do Amor. O saber comunicar implica, não só saber expressar-se, mas também fazê-lo com respeito por nós e pelo outro, tanto nas palavras como na atitude e na integridade dos argumentos. Aprender a ouvir com a mesma disposição que reivindicamos, sobretudo aprender a sentir o outro, entre as suas palavras intermitentes. O saber comunicar é um acto de sapiência, de carácter e de valor.
A confiança é mais uma das pedras angulares essenciais para a sedimentação e constante renovação do amor. Se amamos, só é aceitável que se confie no outro. A meu ver, é uma condição cuja discussão não faz sentido.
Amar é uma constelação de muitos parâmetros, que de idílicos nada têm. Requerem apenas sinceridade nos actos e determinação no sentimento. Não existem receitas mágicas para amar melhor, amar é amar! É algo que tanto transcende o Homem como lhe é inerente. O amor tem ainda uma conotação pessoal, que deve evoluir, composta de intenções e valores. A disposição para os tornar realidade é que poderá variar em função da veracidade daquilo que dizemos sentir.
O amor, em termos comportamentais, é a base daquilo que somos hoje, como colectividade e como indivíduo. O Amor não tem barreiras, sejam elas culturais, religiosas, sexuais, institucionais e/ou sociais.
Amar é essencial e é a essência da vida.
28/10/06

Sem comentários:

 

Jesus de Nazaré © 2008. Design By: SkinCorner