31 de dezembro de 2006

Encerramento de um ano


Encerra-se mais um ano nas nossas vidas...
Quando este ano começou era todo nosso. Foi colocado nas nossas mãos: Ano 2006
Podíamos fazer dele o que quizessemos...
Era como um livro em branco, e nele podíamos ter escrito em poema, um pesadelo, uma blasfémia, uma oração.
Podíamos... Já não podemos mais, já não é nosso.
O livro já está escrito... Concluído...
Como um livro que tivesse sido escrito por nós, ele um dia ser-nos-á lido, com todos os detalhes, e não poderá ser corrigido. Está fora do nosso alcance... Portanto...
Antes que termine este ano, reflecte, toma o teu velho livro e folheia-o com cuidado...
Deixa passar cada página pelas mãos e pela consciência; faz o exercício de o ler a ti mesmo(a)...
Lê tudo... Aprecia aquelas páginas da tua vida em que usaste o teu maior estilo.
Lê também as páginas que gostarias de nunca ter escrito... Não... Não tentes arrancá-las. Seria inútil... Já estão escritas...
Mas podes lê-as enquanto enquanto escreves o novo livro que te será entregue... Assim, poderás repetir as coisas boas que escreves-te e evitar as más...
Para escreveres o teu novo livro, contarás novamente com o instrumento do livre arbítrio, e tarás, para preencher, toda a superfície imensa do teu mundo...
Se tiveres vontade de beijar o teu livro, beija.
Se tiveres vontade de chorar, chora sobre ele e, a seguir coloca-o nas mãos de Deus.
Não importa como esteja... Ainda que tenha páginas negras, entrega-o e diz apenas duas palavras: Obrigado e Perdão...
E quando o novo ano chegar, ser-te-á entregue outro livro, novo, limpo, branco, todo teu, no qual irás escrever o que desejares... Ano 2007

A equipa Jesus de Nazaré deseja a todos os visitantes e amigos do Blog, um Feliz 2007, com muita Paz, Amor e Felicidade, num Mundo mais Justo e Feliz.

FELIZ 2oo7

29 de dezembro de 2006

A PENA DE MORTE

"Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, apareceu outra vez no Templo, e todo o povo ia ter com Ele. Sentou-Se, então, e pos-Se a instrui-los. Entretanto, os escribas e os fariseus trouxeram-Lhe uma mulher apanhada em adultério e, depois de a colocarem no meio, disseram-Lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora Moisés, na Lei, mandou-nos apedrejar tais mulheres. E tu, que dizes?» Isto diziam eles para Lhe armarem uma cilada, a fim de terem de que O acusar. Mas, Jesus, inclinando-Se, pôs-Se a escrever no chão com o dedo. Como persistissem em interrogá-Lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra!» E, inclinando-Se novamente, recomeçou a escrever no chão. Eles, porém, quando isto ouviram, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que continuava ali no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». «Nem Eu te condeno, volveu-lhe Jesus. Vai e doravante não tornes a pecar»." (Jo 8, 1-11)



A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante.

Viola o direito à vida.

É irreversível e pode ser infligida a inocentes.

Nunca se provou que fosse capaz de diminuir o crime mais eficazmente do que outras formas de punição.

Na última década mais de três países por ano, em média, têm abolido a pena de morte para todos os crimes. Uma vez abolida, a pena de morte raramente é reintroduzida. Desde 1990, mais de 35 países aboliram a pena de morte oficialmente ou, tendo-a anteriormente abolido para a maior parte dos crimes, decidiram aboli-la para todos os crimes.Até Abril de 2003, 76 países e territórios aboliram a pena de morte para todos os crimes. Além destes, mais 15 países aboliram-na em relação a todos os crimes excepto no caso de situações excepcionais como os crimes em tempo de guerra. Vinte e um países eram abolicionistas na prática, isto é, não tinham realizado nenhuma execução durante os últimos 10 anos considerando-se que têm uma política ou uma prática bem estabelecida de não realizarem execuções. Actualmente existem 112 países que são abolicionistas oficialmente ou na prática, havendo 83 países que retêm e usam a pena de morte.Em 2002 pelo menos 1526 pessoas foram executadas em 31 países. Pelo menos 3248 pessoas foram sentenciadas à morte em 67 países. Estes números incluem apenas os casos que a Amnistia Internacional conhece; os números reais serão certamente mais elevados. A grande maioria das execuções são realizadas num pequeno grupo de países. Em 2002, 81 por cento de todas as execuções conhecidas tiveram lugar na China, Irão e nos EUA.Na China, os registos limitados e incompletos acessíveis à Amnistia Internacional indicavam que pelo menos 1060 pessoas foram executadas, embora se pense que o verdadeiro número é muito mais elevado. Pelo menos 113 execuções foram concretizadas no Irão. Setenta e uma pessoas foram executadas nos EUA.


Amnistia Internacional


Legenda:
Azul - Países onde a pena de morte foi abolida para todo o tipo de crimes
Verde - Paíse onde a pena de morte foi abolida para todos os crimes, excepto os cometidos em circunstâncias excpecionais (por exemplo, crimes cometidos em tempo de guerra)
Laranja - Pena de morte abolida na prática mas legal
Vermelho - Países onde a pena de morte é legalizada e praticada
Recentemente tem-se falado muito no caso da execussão de Saddam Hussein, que foi condenado à morte por enforcamento, execussão que será cumprida dentro das próximas 48 horas. A Igreja Católica já se manifestou contra e nós, Equipa Jesus de Nazaré, também mostramos o nosso desagrado, pois até o maior criminoso merece piedade e não é enforcando Saddam que resolvemos a questão de gerra e miséria no Iraque ou no mundo. Quantos "Saddams" existem neste mundo? Qual de nós será digno de "atirar a primeira pedra"?
Sabemos que pouco podemos fazer e de pouco serve esta mensagem, mas fica aqui a nossa solidariedade.
Agora reflictam e comentem
FELIZ 2007

28 de dezembro de 2006

A Verdadeira Riqueza


Certo dia, um pai de família levou o seu filho numa viagem ao interior do país com o propósito de lhe mostrar o quão pobre podem ser as pessoas. Passaram um dia e uma noite em casa de uma família pobre.
Quando voltaram, o pai perguntou ao seu filho:
- O que achas do que vis-te.
- Foi muito bom, pai. - Respondeu o filho.
- Vis-te como as pessoas podem ser pobres? - Perguntou o pai.
- Sim. - Respondeu o filho.
- E o que aprendes-te?
O filho respondeu com um grande sorriso:
- Eu vi que nós temos um cão em casa, eles têm quatro!
Nós temos uma piscina até ao meio do jardim, eles têm o rio, que não tem fim!
Nós temos uma varanda coberta e iluminada com luz e els têm as estrelas e a lua!
O nosso quintal vai até ao portão da entrada e eles têm uma floresta inteira!
Quando o pequeno rapaz estava a acabar de responder, o pai ficou estupefacto, e o seu filho ainda acrescentou:
- Obrigado pai, por me mostrares quanto pobre somos nós.

Não é verdade que tudo depende da forma como nós olhamos para as coisas?
Se tens amor, amigos, família, bom humor, saúde e atitudes positivas com a vida, TU TENS TUDO!!!

Autor desconhecido

Reflictam, para que 2007 seja um ano de muita paz, amor e alegria; com menos desigualdades sociais e com mais Amor Fraterno.

Isto é Virtual???


Entro apressada e com muita fome na confeitaria.
Escolho uma mesa bem afastada do movimento, pois quero aproveitar a folga para comer e mandar um e-mail urgente para o meu editor.
Peço batatas fritas, uma sandes de rosbife e um sumo de laranja.Abro o portátil.
Levo um susto com aquela voz baixinha atrás de mim.
- Tia, dá-me um trocado?
- Não tenho, rapaz!
- Só uma moedinha, para comprar um pão!
- Está bem, compro-te um!
A minha caixa de entrada está cheia de e-mails. Fico distraída a ver as poesias, as formatações lindas. Ah! Esta música leva-me
a Londres.
- Tia, pede para colocar manteiga e queijo também!?!?!
Percebo que o menino tinha ficado ali.
- Ok, vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar. Estou ocupadíssima.
Chega minha refeição e junto com ela meu constrangimento.
Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o garoto ir "à luta".
Meus resquícios de consciência impedem-me de dizer... sim.
Digo que está tudo bem, que o deixe ficar e traga o pedido do menino.
- Tia, você tem Internet?
- Tenho sim, essencial ao mundo de hoje!

- O que é Internet?
-É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, na certeza de que ele pouco vai entender e vai libertar-me para comer minha deliciosa refeição, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer, criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que ele fosse...
- Isso é bom. Adoro!
- Rapaz, entendes-te o que é virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual!
- Sim? Tens computador?
- Não, mas o meu mundo também é assim...virtual. A minha mãe trabalha, fica o dia todo fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que chora de fome e eu dou-lhe água para ele imaginar que é sopa. A minha irmã mais velha sai todos os dias, diz que vai vender o corpo, mas não entendo pois ela sempre volta com o corpo. O meu pai está na cadeia há muito tempo, mas sempre imagino a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos, ceia de Natal, e eu a ir ao colégio para ser médico um dia.
Isto é virtual, não é, Tia?

Agora reflictam.

FELIZ 2007

27 de dezembro de 2006

Uma questão de respeito...

"Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas...
Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele vira-se para o chinês e pergunta: - Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde: - Sim, geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!!!

RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER. AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE E PENSAM DIFERENTE. NUNCA JULGUE. APENAS COMPREENDA!!"

26 de dezembro de 2006

NOVIDADES...


Olá a todos os visitantes do Blog. Espero que todos tenham tido um Óptimo Natal.
Estou aqui para informar que foi criado um mail para sugestões que queiram deixar, textos ou imagens que gostariam de ver publicados neste ou no outro Blog, enfim... O que quiserem. Não deixem de comunicar connosco, pois sem vocês, os Blogs não fariam sentido.
Um Forte Abraço.

E-mail: jesusdenazareblog@hotmail.com

25 de dezembro de 2006

ORAÇÃO DO NATAL


Jesus, ouve esta minha prece:
tu precisas de nascer de novo neste Natal.
Hoje, Jesus, Tu precisas de nascer
na Belém da nossa terra, da nossa cidade.
Hoje, Jesus, Tu precisas de nascer
na Belém da Igreja, da família,
da escola, do escritório, da fábrica.
Hoje, Jesus, Tu precisas de nascer
na redaccção do jornal,
no estúdio da TV,
nas ondas da rádio, nas salas de cinema,
no palco do teatro.
Hoje, Jesus, Tu precisas de nascer
na bomba que mata, no satélite que gira,
na máquina que escraviza.
Jesus, hoje Tu precisas de nascer
na Belém de cada coração humano.
Vem, Jesus!
Precisamos de Ti,
do Teu Amor,
da Tua Paz,
da Tua Alegria!
Amén.
Que todos possam contemplar
no rosto do Menino Jesus
toda a
TERNURA
DE DEUS POR TODOS.
UM SANTO NATAL

23 de dezembro de 2006

FELIZ NATAL


A equipa do Blog Jesus de Nazaré deseja a todos os visitantes do Blog e amigos, um Santo Natal. Que o Deus Menino seja um exemplo de Humildade, Paz, Amor e Alegria para todos. O nosso muito obrigado a todos os que visitaram o nosso Blog e comentaram. Pedimos a todos que deixem os vossos comentários para que possamos melhorar o Blog e assim leva-lo mais longe e com melhor qualidade. Pedimos também que divulguem o Blog para que, neste Natal e em cada dia, Jesus esteja realmente presente nas nossas vidas e faça parte delas.
Um Santo Natal a todos.
IVO ROSA
CATARINA DIAS

www.simplesmentejesus.blogspot.com
www.jesusnazareno.zip.net

O Natal é...


Se tens amigos, busca-os!
O Natal é Encontro.

Se tens inimigos, reconci-lia-te!
O Natal é Paz.

Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os!
O Natal é Dom.

Se tens orgulho, sepulta-o!
O Natal é Humildade.

Se estás magoado, abre teu coração!
O Natal é Perdão.

Se tens pecado, converte-te!
O Natal é Graça.

Se tens trevas, acende o teu farol!
O Natal é Luz.

Se tens tristezas, reaviva a tua alegria!
O Natal é Gozo.

Se estás em erro, reflete!
O Natal é Verdade.

Se tens ódio, esquece-o!
O Natal é Amor.


Vivam este e Natal e cada dia como se fosse o último, e lembrem-se Ele caminha ao nosso lado.

Que o Deus Menino em comunhão com a Virgem Santíssima vos Abençoe a todos. Desejo a todos um Santo Natal.

Um forte abraço a todos os visitantes do Blog, obrigado por tudo. Em especial para os Jovens Shemá' e à Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis de Beja. Por fim à Catarina (companheira de publicações e grande amiga).

UM SANTO NATAL

22 de dezembro de 2006

Natal...


Andava eu com o pensamento nas alturas, olhos postos no azul dos Céus, e rolando sobre brancas e espessas nuvens, que mal deixavam ver de vez em quando lá no fundo o azul do mar, reflexo das alturas infindáveis.
Fixei-me num ponto e tudo parecia queda e parado a nossos olhos. Até o próprio avião não se movia.
Pura ilusão. Tudo se movimentava enquanto as forças da Natureza seguiam seu caminho impulsionadas pelas Tuas Leis e a sabedoria que destes aos Homens nos levavam nas asas em outros voos e rotas.
Dos altos Céus descestes Tu um dia para elevares o mundo natural ao Sobrenatural onde habitavas.
Como seria tudo belo assim pensado,assim visto, assim vivido...
Mas este mundo dos Homens que criastes não Te reconheceu como Princípio e Fim de tudo. E andam por aí neste Teu aniversário mudando as rotas e os voos que planeastes na Tua Bondade Infinita, em colisão uns cons os outros, sem se lembrarem que Tu és o centro de tudo e para Ti querias arrastar todos: crianças, jovens, adultos e amadurecidos na vida.
Os pequeninos ainda se contentam com árvores de Natal e os seus brinquedos! Jovens e adultos estonteiam-se com música e divertem-se. Pensam em sí, vivem para sí. Sem que os outros nada contem para eles. Outros, como nas montanhas do Afeganistão, tracam drogas e bonbas pela Paz e pela Guerra. Outros curtem fome e frio. Revolta e raiva. Incendeiam o mundo onde vivem com ódio e vingança.
Os velhos, esses são invariavelmente retidos nas suas idades e costumes, e vêem andar o mundo moderno, pensando num ponto fixo no horizonte distante, que viveram e desejam sofregamente, quais famintos insaciáveis e desiludidos. Sem nada ao seu alcance, a não ser o passado longínquo que não volta jamais.
Ninguém pensa em Ti, Senhor.
Os Homens que criastes estão longe. Tocam os sinos nas Igrejas e ninguém acode nem acorda. Os cataclismos e as bonbas falam mais alto... Retaliar á a palavra de ordem. Falando de Paz e fazendo a Guerra.
O dinheiro, o lucro e o luxo, o prazer, estonteiam velhos e novos.
Ninguém guarda um momento para pensar em Ti.
Lá nas alturas. com as nuvens brancas e espessas a nossos pés, não se pensa.
Vive-se. Vegeta-se. Não se olha para o azul do firmamento, donde Tu um dia descestes para nos elevar aos Céus.
Vem de novo nascer nas almas crentes. Befeja-nos com o Teu Amor e o Teu Perdão. O mundo precisa da Paz que os Anjos vieram cantar em Belém!
Vem! Tem dó de nós. Esquece as nossas faltas. Vem de novo na Tua Bondade Infinita. Vem de novo este Natal, Senhor!!!
FELIZ NATAL

Natal Mendigo (1ª Parte)



"Sento-me, enfadado, na esplanada de um café, numa das ruas mais agitadas da nossa cidade. Está uma tarde de sol, no entanto, estamos nas vésperas do Natal. A rua está apinhada de gente soturna e bem vestida. Sente-se o frenesim. As pessoas circulam inquietas, entrando e saindo apressadamente das dezenas de lojas, autênticos templos de consumo, que ladeiam esta avenida comercial. Enquanto tomo o meu café relaxado, vejo-os passar de olhos esbugalhados nas montras, raiados de uma libido consumista, carregando os sacos de compras. Cruzam-se sem se olharem, olham-se sem se verem. Parecem trazer o pensamento ausente, o desejo prenhe e o coração vazio. Caminham altivas mas titubeantes, rígidas mas sem rumo. Cogitam: “É bonito, vou comprar. Afinal, prefiro aquele, é mais bonito.”, “É muito caro, mas havia de lhe ficar bem, havia de gostar.”, “Levo, não levo; Levo, não levo?”, “Será que já tem? Também, o que é que ainda lhe faltará?”, “Não sei o que comprar. Ai, e é tudo tão caro!”. Dir-se-ia que têm um horário a cumprir – é esse o seu objectivo fundamental, cumprir o horário – mas erram desnorteadas. Lutam contra o tempo, o seu maior mendigo. O tempo, o grande incompreendido. O tempo, a nossa maior doença.
Entre as centenas de pernas que marcham rua fora, vislumbro, do outro lado da rua, jazente, um ser desfigurado. Detenho-me nessa personagem bizarra, tétrica. Um mendigo, cobrindo a sua nudez com parcos andrajos, estende de sua mão trémula uma pequena lata enquanto roga, com voz quase sumida, uma esmola. Mas não parece interessar aos trausentes, que continuam a desfilar frenéticos com os seus sacos cheios de nadas, indiferentes ao indigente. Talvez o pobre os cativasse se se colocasse atrás de uma montra. Convenhamos que é um ponto mais estratégico. Este faz um esforço para subir o tom de voz e acrescenta argumentos ao seu rogo: “para um pobre homem doente e desempregado, pai de seis crianças.”, chama o lânguido faminto. Nada faz deter o cordão humano, que deambula absorto. Alguns olham-no com desdém, outros vociferam vitupérios contra ele, afastam-se e passam ao lado, esquivam-se ou fingem não o ver. Os seus olhos estão postos nas montras, concentrados naquilo que apenas deixa mais limpo as suas carteiras. O tempo escasseia, é imperativa não se deixarem distrair com mais nada.

Natal Mendigo (2ªParte)

Do fundo da rua vejo aproximar-se uma rapariga saloia. À medida que se vai chegando mais perto, posso apreciá-la mais detalhadamente. É esguia, tem cabelo preto desalinhado, até ao pescoço, marcha de cabeça pendida para o lado e os olhos voltados para cima, um olho é semiaberto. Veste uma camisola verde, rota nos cotovelos, esbranquiçada aqui e além. As calças são pretas de fazenda, afunilando-se até aos tornozelos. Nos pés traz umas sapatilhas originariamente brancas em avançado estado de decomposição. A estouvada percorre desordenadamente a rua de um lado para o outro, estendendo a todos os trausentes um prato de plástico com algumas moedas. Acorre aqui, dirige-se para acolá, ali e aqui tentando interpelar, sem palavras, cada fiel que passa. Reitera a pantomina, insiste de mão estendida, tornando-se um obstáculo impertinente e quase inevitável, ainda que lhe tentem trocar as voltas. Mas ela é rápida e os seus braços longos como ramos estendem-se por toda a rua. Assim, a polidez e o pudor vão-lhe enchendo o prato.
Subitamente pára. Desprega os olhos do céu, volve a cabeça e fita atónita o asqueroso mendigo que definha no chão diante de si. Permanece lacónica. Imóvel como uma estátua, o olhar grave pousado sobre o madrigaz, como que acariciando-o. Sente compaixão dele e larga duas lágrimas, que deslizam descoordenadas pelo seu rosto. Murmura no seu pensamento: “Eu posso andar, mas tu estás tão debilitado que nem forças tens para marchar e pedir esmola.” Decidida, baixa-se e verte o seu prato de moedas para dentro da lata do mendigo. Depois, ergueu-se e continuou o seu percurso, descoordenada, mas mais ligeira, um sorriso quase imperceptível… até se perder na multidão.
Eu ainda fiquei em transe, sentia-me dormente, incapaz de raciocinar ou proclamar palavra. A mudez deu lugar à comoção.
Restabelecidos, finalmente, os sentidos, levantei-me, paguei a conta, meti o troco ao bolso, peguei nos meus sacos de compras e segui no sentido oposto, deste lado da rua, de olhos presos às montras, o pensamento ausente e mãos frias. Afinal, estava frio. E era Natal."


Martinho Soares
Porque para o Natal acontecer em nós é preciso deixarmos a alienação consumista para trás...
FELIZ NATAL

21 de dezembro de 2006

Natal é...


Mais do que a estrela e os anjos da noite,
o Menino que franqueia a porta,
e nas mãos, na ternura, na coragem e na amargura,
constrói o presépio,
sempre à dimensão do que houver audácia de dar.
Mas a que horas baterá o grande relógio da sala?
Quando o testamento da família for partilhado em medidas iguais...
Quando o caído, o ofendido pela injustiça,
encontrar a seu lado, a rede da fraterna convivência.
Quando a defesa da vida
deixar de fechar os olhos às fortes agonias de muitas mortes...
Quando o importante não for ser Dr.,
mas, em tudo, cuidar da aventura de saber...
Quando deixarem de ser moda
a magreza do salário, o aproveitamento das situações,
e a intolerância da razão sem razões...
Quando a fome de alguém
não for peça de currículo para quem combate...
Quando se lutar pela revolução da Justiça
em vez do esconde-esconde das campanhas de bem amar...
Quando aceitarmos que as nossas ideias grandes,
são as ideias enormes que os outros põem em acção...
Quando se chorarem os mortos, sem precisarmos
de enterrar vivos...
Quando o Prémio Nobel continuar a ser prémio, sem que tenha sido
atribuído à Prima Sónia ou a alguém da nossa tribo...
Quando a desolação tanto amigo ou anónimo,
gravemente doente ou em desconforto, não nos roubar a Esperança,
que é o único sonho sem clima de estação...
Quando...
Quando, assim, algo de novo, de diverso, ocorrer no meio de vós!
Levantai a cabeça, vê-de e ouvi:
O grande relógio da sala bateu as horas!
O Menino entrou, para além da porta.
O Natal é, assim, uma história de acordar e mudar o coração.
O Natal de Jesus já não é d'Ele.
É o Natal de cada um de nós!!!

FELIZ NATAL

20 de dezembro de 2006

Tenho sede de ti!

Olha que eu estou à tua porta e chamo.
É verdade. Estou à porta do teu coração, de dia e de noite…
Ainda que não escutes, ainda que duvides que possa ser Eu, aí estou, esperando o mais pequeno sinal que me permita entrar!...
Quero que saibas que, cada vez que me convidas, Eu venho sempre, sem falta…
Venho em silêncio e invisivelmente, mas com um poder e um amor infinitos!... trazendo os muitos dons do meu espírito!
Venho com a minha misericórdia, com o Meu desejo de Te perdoar e de te curar, com um amor para contigo que vai muito além da tua compreensão…
Conheço-te como à palma da minha mão… sei tudo acerca de ti…
Não há nada na tua vida que não tenha importância para Mim! Sei o que há no teu coração, conheço a tua solidão, as tuas feridas, as recusas, as humilhações…
Eu suportei tudo isso antes de ti… E tudo suportei por ti!... para que pudesses compartilhar a minha força e a minha vitória!...
Conheço, sobretudo, a tua necessidade de amor!

TEM SEDE DE MIM

Vinde a mim, todos os que tendes sede…
Eu te saciarei e plenificarei!
Tens sede de amor?... Amo-te mais do que possas imaginar… até ao ponto de morrer por ti na cruz…
Tenho sede de ti!... Sim, essa é a única maneira como posso começar a descrever o Meu amor: Tenho sede de ti!
Tenho sede de te amar e de que tu Me ames!... Vem a mim e encherei o teu coração e curarei as tuas feridas… Farei de ti uma nova criatura e dar-te-ei a paz nas tuas provações…
Tenho sede de ti! Nunca deves duvidar da Minha misericórdia, do Meu desejo de te perdoar, do Meu anseio por te bendizer e viver a Minha vida em ti!... e de que te aceito sem Me importar com o que tenhas feito…
Tenho sede de ti! Se te sentes com pouco valor aos olhos do mundo, não importa… Não há ninguém no mundo que me interesse mais que tu!
Tenho sede de ti!... Abre-te a Mim… Vem a Mim… Tem sede de Mim… Dá-Me a tua vida!...
Confia em Mim!... Pede-Me todos os dias que entre e que Me encarregue da tua vida… Eu fá-lo-ei!
Prometo-te que farei milagres na tua vida… A única coisa que te peço é que te confies plenamente a Mim… Eu farei tudo o resto!....
Tudo o que tens procurado fora de Mim só te tem deixado mais vazio… por isso, não te prendas às coisas deste mundo e, sobretudo, não te afastes de mim quando caíres…
Vem a Mim sem demora, porque, quando Me entregas os teus pecados, dás-Me a alegria de ser o teu Salvador!
Não há nada que eu não possa perdoar e curar… por isso, vem e alivia a tua alma.
Não importa quanto tempo andaste sem rumo… não importa quantas vezes me esqueceste… não importa quantas cruzes carregas nesta vida… há algo que quero que sempre recordes e que nunca mudará: Tenho sede de ti! … tal como és…
Não tens que mudar para crer no Meu amor… a tua confiança nesse amor far-te-á mudar!...
Tu esqueces-te de mim e, contudo, Eu procuro-te a cada momento do dia… e estou Às portas do teu coração… chamando!
Achas difícil acreditar nisto?
Então, olha a Cruz… olha o Meu coração trespassado por ti…
Não compreendeste a Minha Cruz?... Escuta novamente as palavras que proferi, pois dizem-te claramente porque é que suportei tudo isto por ti: Tenho sede. Sim, tenho sede de ti…
Como o resto do salmo diz: “esperei compaixão inutilmente, esperei que alguém me consolasse e não o encontrei…”
Durante toda a tua vida desejei o teu amor!... Nunca desisti de o buscar e de ansiar que Me correspondesses…
Tu já experimentaste muitas coisas na tua ânsia de ser feliz… Porque não procuras abrir-Me o teu coração, agora mesmo… mais que antes?...
Quando finalmente abrires as portas do teu coração e te aproximares o suficiente, então ouvir-Me-ás dizer, uma e outra vez, não em meras palavras humanas, mas em espírito:
- Não importa o que tenhas feito… Amo-te por aquilo que és!
- Vem a Mim com a tua miséria e os teus pecados, com os teus problemas e necessidades e com todo o teu desejo de ser amado…
- Estou à porta do teu coração e chamo… abre-Mo, porque tenho sede de ti!...

FELIZ NATAL!

Porque uma vez mais temos a oportunidade de o acolher no nosso coração!

19 de dezembro de 2006

Mensagem


Tu és importante para mim.Tu corres, almoças, trabalhas, cantas, choras, amas, nunca me chamas.
Tu te entristeces e depois te aclmas, mas nunca me agradeces.
Tu caminhas, sobes e desces escadas e não te preocupas comigo.
Tu tens tudo e não me dás nada.Tu sentes amor, ódio, sentes tudo menos a minha presença.
Tu estudas e não me ajudas, cantas e não me alegras.
Tu és tão inteligente e não sabes nada de mim.
Tu refilas dos meus tratos, mas não valorizas o que fiz por ti.
Se tu estás triste, culpas-me por isso, mas se estás alegre, não me convidas para participar da tua felicidade.
Tu conheces tanta gente importante, mas de mim conheces tão pouco.
Tu és tão importante para mim...
Tu fazes tudo o que te ordenam, mas não fazes o que te peço com humildade.
Se tu sobes na vida, pisas naqueles que não tiveram sorte; se não sobes na vida, descarregas sobre mim toda a tua raiva.
Tu não tens tempo para nada, nem mesmo para pensar em mim.
Tu reclamas da vida, mas não sabes que a minha foi tão triste por tua causa.
Tu dizes perceber o que se passa no mundo, mas não percebes a minha Mensagem.
Tu abaixas os olhoas quando um superior te fala, mas não levantas os mesmos olhos quando eu falo do meu Amor.
Tu falas das pessoas e não sabes que conheço a tua vida.
Tu enfrentas muitos obstáculos na tua vida, és forte, mas que pena... embora não admitas, sei que tens medo de mim.
Tu defendes com unhas e dentes a tua equipa de futebol, o teu cantor predlecto, mas não me defendes a mim no meio dos teus amigos.
Tu não sentes vergonha de te despires perante alguém, mas sentes vergonha de dizeres que me segues.Tu corres muito no teu carro, mas não corres para os meus braços.
Tu és um corpo no mundo e eu um mundo no teu corpo.
Sou alguém que todos os dias bate à ta porta e pergunta: - "Há um lugar para mim na tua vida? Na tua casa? No teu coração?"
Estou presente nestas linhas que por curiosidade tu começaste a ler.
Eu sou JESUS CRISTO e o que eu quero simplesmente é que tu me aceites... Me deixes estar presente na tua vida neste NATAL e sempre, só com a tua ajuda eu posso mudar o mundo que meu Pai criou.
Foi por ti que nasci, foi por ti que vivi, foi por ti que morri e são para ti estas palavras.

FELIZ NATAL

18 de dezembro de 2006

Procura-se Jesus Nazareno


Porque:

Esperavam-n'O rico
e mora entre os pobres.

Esperavam-n'O poderoso
e o Seu poder é o Amor.

Esperavam um guerreiro
e é a Paz toda a Sua lei.

Esperavam-n'O Rei dos Reis
e Servir é o Seu reinar.

Esperavam-n'O submisso
aos enganos desta terra
mas quebra os jugos
com a Verdade que semeia.

Esperavam-n'O silencioso
e a Sua Palavra é:

UM CANTO À LIBERDADE
UM CAMINHO DE LUZ.
BATENDO A CADA PORTA
E A CADA CORAÇÃO.

Será grande a recompensa para quem O encontrar verdadeiramente e O anunciar aos outros.




Senhor:
Ajudai-nos a erradicar
do coração do Homem
toda a ganância,
egoísmo e imoralidade
e este construirá um
Mundo Novo
cheio de Paz,
Amor
e Fraternidade.

ASSIM SERÁ NATAL

15 de dezembro de 2006

Carta a Jesus

Jesus,
Daqui a uns dias é Natal. E os mais velhos dizem que Tu nasces no Natal. Que é por isso que se dão presentes, para celebrar o Teu nascimento. É por isso que a família se reúne e há barulho, festa, alegria. Mas eles não olham para Ti, Senhor. Eles passam em frente ao presépio e não param para Te ver. Não vêm que Tu nasces por eles e para eles. Que é por eles que estás nú nas palhinhas. Que é por eles que nasceste na pobreza, na humildade. Porque é que eles não te vêm Senhor?! Eu olho e vejo-Te aí, no meio da Tua mãe, do Teu pai da Terra, dos animais, das palhinhas. Eu vejo-Te e sei que tens frio. Gostava de Te abraçar, secalhar assim o frio passava.
Será que se tivesses nascido no meio da riqueza ia ser diferente? Eles iam olhar para Ti, adorar-Te como Tu mereces?
Toda a gente pensa em presentes, no Natal. Compram-se presentes para o pai, para a mãe, para os manos, mas ninguém Te agradece. Ninguém agradece a mensagem de paz que trouxeste com o Teu nascimento. Ninguém Te dá presentes por isso. Porquê?!
Disseram-me que para que Jesus nascesse, eu tinha que ter um coração arrumado. Só assim é que Ele podia nascer. Porque Tu queres nascer no meu coração, Senhor. Eu quero mesmo ter um coração limpinho e arrumado para Ti. E no meu coração não tens que nascer no frio, nem nas palhinhas. Quero ter o meu coração quente para Te receber, Jesus. Achas que consigo contagiar os outros com este calor? Eu sou pequenina, ajudas-me a arrumar e a limpar este coração sujo?


(Texto escrito por uma colega minha)

14 de dezembro de 2006

Porque Só Nos Dás Aquilo Que Conseguimos Aguentar...


Nunca me ocorreu questionar a acção ou a falta de acção de Deus enquanto estive prisioneiro em Auschwitz, embora compreenda muito bem que os outros o fizessem… Não passei a ser mais nem menos religioso por causa daquilo que os nazis nos fizeram; e acredito que a minha fé em Deus não saiu minimamente enfraquecida. Nunca me ocorreu associar a calamidade que estávamos a sofrer com Deus, nunca me ocorreu culpá-Lo, ou acreditar menos n’Ele, ou deixar de acreditar n’Ele por Ele não vir em nosso auxílio. Deus não nos deve nada, muito menos isso. Somos nós quem Lhe devemos as nossas vidas. Se alguém acredita que Deus é responsável pela morte de seis milhões de pessoas por não ter feito algo para as salvar, é porque tem as ideias trocadas. Nós devemos a Deus as nossas vidas por muitos ou poucos anos que vivamos, e temos o dever de O adorar e fazer o que Ele nos manda. É para isso que estamos aqui na terra, para servir a Deus, para fazer o que Ele ordena.

Brenner, The Faith and Doubt of Holocaust Survivors

12 de dezembro de 2006

Onde está o Natal???


Celebrar o Natal é perceber a dimensão do Amor de Deus que Se fez homem, do Verbo que encarnou e nasce na pobreza e na humildade do Presépio.
Celebrar o Natal é perceber a lógica divina que é dom, partilha, dádiva total de Si mesmo.
Celebrar o Natal é perceber que Deus Se faz irmão dos homens, entra na família humana, para que os homens aprendam a ser irmãos e a amarem-se como tal.
Celebrar o Natal é perceber a lição da pobreza, do despojamento, da humildade que nos vem do curral de Belém, da manjedoura, das carências da Família Sagrada.
Celebrar o Natal é perceber que a lógica de Deus é diferente dos critérios humanos da opulência, do ter, do poder, do espírito mundano que é dominador e déspota.
Celebrar o Natal é perceber a necessidade da nossa conversão, do renascer de novo, da urgência em viver o amor do Presépio, a humildade do Deus Menino, a pobreza do curral de animais.
Celebrar o Natal é perceber a presença de Deus em cada homem, em cada criança, que nasce, em cada marginalizado ou carenciado.
E que vemos nós à nossa volta e na humanidade inteira?
Os jornais falam-nos de cerca de 730 milhões de crianças que passam fome e cuja maioria são vítimas desse flagelo. As notícias colocam, cada dia, diante de nós mais guerras, crimes, ódios satânicos e destruidores.
São aos milhares o número de desempregados que não encontram dinheiro para sustentar a família e viver com dignidade.
São aos milhares os refugiados que vivem na maior miséria, sem casa, sem alimento e em ambiente semeado de toda a espécie de promiscuidade.
São aos milhares os homens que, cansados da vida e sem esperança, se lançam no mundo da droga, da depravação moral, do roubo. E parecem crescer cada vez mais os divórcios que deixam lares desfeitos, filhos abandonados, situações dolorosas de ausência de paz e amor familiar. E parece que o número de abortos vai aumentando, matando cada dia milhares de vítimas inocentes.
Com todas estas situações onde está o Natal?
Onde está o amor fraterno que o Deus-Menino veio instaurar no mundo?
Onde está a realização do cântico de paz que os Anjos proclamaram na Noite Santa do Natal?
Onde está o respeito e o amor à vida humana, que Deus veio partilhar, fazendo-Se igual a nós?

Onde estão os valores da justiça, da verdade e do amor que o Natal deve fazer nascer no coração de cada homem?

Texto de reflecção lido na Adoração ao Santíssimo Sacramento no dia 09/12/2006, cujo tema foi "...E veio montar a Sua tenda entre nós..."
Agradecimento aos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis que me enviaram o texto

Não digas "PAI NOSSO"...!


Não digas "PAI" se cada dia não te portas como seu filho...
Não digas "NOSSO" se vives isolado no teu igoísmo...
Não digas "QUE ESTAIS NO CÉU" se só pensas em coisas terrenas...
Não digas "SANTIFICADO SEJA O TEU NOME" se não o honras...
Não digas "VENHA A NÓS O TEU REINO" se o confundes com o êxito material...
Não digas "FAÇA-SE A TUA VONTADE" se não a aceitas quando é dolorosa...
Não digas "O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE" se não te preocupas com a gente que passa fome...
Não digas "PERDOA AS NOSSAS OFENSAS" se guardas rancor ao teu irmão...
Não digas "NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO" se tens intenção de continuar a pecar...
Não digas "LIVRAI-NOS DO MAL" se não tomas partido contra o mal...
Não digas "AMÉN" se não levaste a sério as palavras desta Oração


Não digas... Sê!
Não digas... Realiza!
Não digas... Acontece!
Não digas... Faz!
Não digas... Vive!

NÃO REZES... CONFIA, ACREDITA E VIVE!!!

10 de dezembro de 2006

Um Sonho de Maria


Eu tive um sonho, José!
Não o entendi muito bem, mas parece-me que era a respeito da celebração dos anos do nosso filho... Penso que era relacionado com isso.
As pessoas andavam há semanas a preparar a festa. Tinham decorado a casa e comprado roupas novas. Entravam muitas vezes nas lojas e fartavam-se de comprar presentes muito bonitos. Mas era curioso notar que nenhum desses presentes era para o nosso filho.
Embrulhavam esses presentes em papeis muito bonitos, amarravam-nos com fitas de várias cores e colocavam-nos debaixo de uma árvore. Sim, uma árvore, José, dentro das suas próprias casas...
A árvore tambés estava enfeitada com os ramos cheios de bolinhas luminosas, decorações brilhantes e luzinhas a piscar. Havia uma figura no ponto mais alto da árvore. Parecia a figura de um Anjo... Era tudo tão bonito...!
Toda a gente se ria e se mostrava tão feliz...! Todos estavam entusiasmados com os seus presentes, José!
Mas... Não os deram ao nosso filho! E Ele é que fazia anos...! Deram os presentes ao outros! Dá-me a impressão que as pessoas nem o conhecem, pois nem sequer mencionaram o seu nome!
Não e estranho que as pessoas tenham tanto trabalho para celebrar o aniversário de alguém que nem conhecem?!
Tive mesmo a sensação que se o nosso filho aparecesse na festa, seria um intruso e, de certeza, muito mal recebido, ou pelo menos ignorado...!
Tudo estava tão bonito, José... Toda a gente estava tão feliz...! Mas..., digo-te, deu-me tanta vontade de chorar...
Que tristeza para o nosso filho Jesus não ser desejado, nem sequer na festa dos seus anos!
Sinto-me contente por ter sido apenas um sonho...
Que terrível, José, se isto tivesse sido verdade!
Infelizmente este pesadelo de Maria está a tornar-se cada vez mais uma realidade. Jesus não pode ser um intruso nas nossas vidas, tem que ser um amigo e deve estar cada vez mais presente nas nossas vidas e na nossa sociedade. Só assim poderemos viver num mundo cada vez melhor... SÓ ASSIM SERÁ NATAL

... E veio montar a Sua tenda entre nós...


Realizou-se ontém mais uma Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Foi um grande momento de reflecção, foi lindo.
Estiveram presentes pessoas de muito longe como Guarda, Bragança e um grupo de Jovens de S. Jorge. Em nome dos Jovens Shemá', Irmãozinhos de S. Francisco de Assis e Companheiros do Santíssimo Sacramento, o nosso bem haja.
A próxima Adoração realizar-se-á no próximo dia 6 de Janeiro de 2007 na Sé de Beja pelas 21h. Contamos com a vossa presença.

9 de dezembro de 2006

Se a gota dissesse que não é uma gota que faz um rio, não haveria oceano!


Para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de Dezembro), vai-se realizar uma vez mais a Maratona de Cartas, organizada pela Amnistia Internacional, dias 9 e 10 de Dezembro.
Cinco casos em que estão a ser, sem quaisquer sombra de dúvidas, violados os direitos do Homem, são seleccionadas pela Amnistia Internacional. A ideia é durante estes dias, enviarmos o máximo de cartas possíveis para apoiar estas causas (uma por cada caso que queiramos apoiar). Estas cartas são designadas Acções Urgentes e podem ser enviadas em qualquer altura do ano. Nesta época, porém, são enviadas milhares de acções urgentes (em dois dias) por pessoas em todo o mundo, acerca dos mesmos casos.
Através da pressão às autoridades políticas convenientes, em anos anteriores, têm sido solucionados vários destes casos desumanos.
A nossa acção é simples. Basta irmos ao site da Amnistia e vermos em que podemos ajudar:


http://blogs.amnesty.org/blogs/write4rights/pages

http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?aid=16

Depois, por email ou carta é só enviarmos para o endereço que vem indicado no respectivo caso!

Participe e incite os seus amigos a participar!! É tão simples.. e pode ser tão útil!

8 de dezembro de 2006

Imaculada Conceição


«A 11 de Fevererio de 1958, uma menina apanhava lenha ali perto com outras duas meninas. Era uma menina frágil, asmática, cuja pobreza chegava à beira da miséria. Naquele dia de Inverno, teve medo de atravessar um pequeno riacho; podia molhar-se, ficar doente, e os seus pais precisavam do pouco dinheiro que ganhava como pastora.
Foi então que uma mulhar vestida de branco, com duas rosdas douradas nos pés, apareceu. Tratou a menina como se fosse uma princesa, pediu por favor para que ali voltasse um determinado número de vezes, e desapareceu. As outras duas crianças, que a tinham visto em transe, espalharam logo a história.
A partit daí começou um longo calvário para ela. Foi presa e exigiram que ela negasse tudo. Foi tentada com dinheiro para que pedisse favores especiais à Aparição. Nos primeiros dias, a sua família era insultada em praça pública- diziam que ela fazia tudo aquilo para chamar a atenção.
A menina- que se chamava Bernardette- não fazia a menor ideia do que estava a ver. Chamava a tal senhora de "Aquilo" e os seus pais, aflitos, foram procurar auxílio junto do padre da aldeia. O padre sugeriu que, na próxima aparição, ela perguntasse o nome da tal mulher.
Bernardette fez o que o padre lhe mandara, mas a resposta foi apenas um sorriso. "Aquilo" apareceu num total de 18 vezes, a maior parte delas sem dizer nada. Numa dessas vezes, pede para que a menina beije a terra. Mesmo sem entender, Bernardette faz o que "Aquilo" manda. Um dia, pede para a menina cavar um buraco no chão da gruta. Bernardette obedece e logo aparece um pouco de água lamacenta- porque ali eram guardados porcos.
- Bebe esta água- diz a senhora.
A água está tão suja que Bernardette apanha-a e deita-a fora por três vezes, sem coragem de a levar à boca. Mas acba por obedecer, embora repugnada. No lugar onde cavou o buraco, começa a jorrar mais água. Um homem cego de um olho passa algumas gotas dessa água no rosto e recupera a visão. Uma mulher, desesperada, porque o seu filho recém-nascido está a morrer, mergulha o menino na fonte- num dia em que a temperatura tinha caído abaixo de zero. O menino ficou curado.
Aos pouco a notícia espalha-se e milhares de pessoas começam a acorrer ao local. A menina continua a insistir em saber o nome da senhora, mas esta apenas sorri.
Até que um belo dia, "Aquilo" vira-se para Bernardette e diz:
- Eu sou a Imaculada Conceição.
Satisfeita, a menina corre a contar ao pároco.
- Não pode ser- diz ele- Ninguém pode ser a árvore e o fruto ao mesmo tempo, minha filha. Vá lá e deite-lhe água benta.
Para o pedre, apenas Deus pode existir desde o princípio- e Deus, ao que tudo indica, é homem.
Ele fez uma longa pausa.
-Bernardette, deita a água benta n'"Aquilo". A Aparição sorri com ternura, e nada mais.
No dia 16 de Julho, a mulher aparece pela última vez. Pouco depoi, Bernardette entra para um convento, sem saber que tinha mudado por completo o destino daquela pequena aldeia, ao lado da gruta. A fonte continua a jorrar e os milafres sucedem-se. (...)
(...) pouco antes de Bernardette ter as suas visões, as altas autoridades do Vaticano reuniram-se secretamente.
Quase ninguém sabia o que se passava nas reuniões- e, de certeza que o padre da aldeia de Lourdes não fazia igualmente a menor ideia. A alta cúpula da Igreja Católica estava a decidir se devia ou não declarar o dogma da Imaculada Conceição.
O dogma acabou por ser declarado através da bula papal Ineffabilis Deus. Mas sem esclarecer exactamente, para o grande público, o que isso significava.»
Na margem do Rio Piedra, eu sentei e chorei
Paulo Coelho
IMACULADA CONCEIÇÃO, ROGAI POR NÓS

Dia da Imaculada Conceição

Dito em linguagem clássica, o dogma da Imaculada Conceição refere-se à “concepção de Maria sem mancha de pecado original”. A maior parte dos católicos pensa ainda, erradamente, que a linguagem da Imaculada Conceição tem a ver com a concepção virginal de Jesus. Durante a sua história, a Igreja proclamou quatro dogmas marianos: a Maternidade Divina de Maria, a Virgindade de Maria, a Assunção de Maria e a sua Imaculada Conceição.
Este dogma foi proclamado apenas em 1854 pelo Papa Pio IX, e o texto original diz o seguinte: “No primeiro instante da sua concepção, pela graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso e em consideração aos méritos de Jesus Cristo, salvador do género humano, a Virgem Maria foi preservada e isenta de toda a mancha de pecado original”.
É isto que significa Imaculada [sem mácula-mancha-pecado] Conceição [concepção].

Em relação ao dogma da Imaculada Conceição, este não pode ser mediação da Boa Nova se não fizermos uma releitura do que significa “Pecado Original”.
Quando foi escrito o Dogma, por “Pecado Original” entendia-se uma mancha na alma herdada de geração em geração, que passava através da relação sexual. Já tinha acontecido ao longo de toda a teologia medieval um afastamento quase radical da teologia bíblica e da sua compreensão de pecado, que tem sempre a ver com a quebra de uma Aliança. A linguagem bíblica é sempre relacional.
No entanto, depois entendeu-se o pecado como “mancha na alma”, maior ou menor conforme a gravidade… Era preciso ter a alma sempre mais ou menos limpa, porque a qualquer hora podia soar a hora do juízo [morte], e cada um seria julgado pela brancura e pelas manchas da alma. Não havia a mínima noção da interioridade pessoal humana como construção histórica. A “alma” era igual para todos, vinha directamente de Deus e era introduzida no corpo humano durante a gestação intra-uterina (!!!); a diferença é que uns a tinham mais limpa, outros mais suja! Para limpar havia os Sacramentos, sobretudo a Confissão, e diversos sacrifícios [jejum, longas orações, abstinência sexual, peregrinações…].
Como não havia outra maneira de conceber pessoas senão através da relação sexual, mas como esta era pecado todos os seres humanos nasciam com uma mancha do pecado na alma, antes mesmo de poderem pecar! Este era chamado o “Pecado Original”.
Como vemos, a formulação do dogma está muito distante da compreensão bíblica do Mistério da Vida de Deus e do Homem…
Na bíblia, o que chamamos “Pecado Original” [que é uma expressão criada por Sto. Agostinho no séc. IV] chama-se Pecado de Adão. Adão é a figura simbólica do princípio da Humanidade. Adão e Eva cederam à tentação da arbitrariedade, ao impulso de escolher o bem ou o mal em função de si próprios, e assim iniciaram a dinâmica do egoísmo. É isso que significa “colher da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”. O Egoísmo provoca rupturas: estavam nus um diante do outro, e deixaram de estar [estar nu diante do outro é símbolo da verdade e da confiança recíproca]; eram unidos como uma só carne, mas passam a acusar-se mutuamente; viviam em harmonia com toda a criação, mas agora vão ter que lutar com ela para viverem.
Mas este Pecado de Adão não ficou encerrado neles… A bíblia continua: tiveram dois filhos, e um matou o outro!!! A Arbitrariedade gerou o Egoísmo; o Egoísmo gerou a Acusação; a Acusação gerou o Fratricídio.
Depois – ainda continua a bíblia – Caim vai ser pai de muita gente… E passado um pouco encontramo-nos simbolicamente com toda a Humanidade junto à Torre de Babel, símbolo do desejo de possuir, dominar e conquistar que gera o desentendimento universal! [todos estes símbolos da história humana marcada pelo pecado estão nos 11 primeiros capítulos da bíblia]
Já no Novo Testamento, São Paulo usará uma imagem muito simples para entendermos o mistério da Nova Aliança como Reconciliação:
a Humanidade é como um enorme corpo a que todos pertencemos. “Quando a Cabeça não tem juízo… o corpo é que paga!”
A primeira Cabeça da Humanidade [Adão] iniciou a dinâmica do pecado, do egoísmo que gera a violência, e isso é como que o sangue que percorre todo o Corpo, infectando-o…
Então, Deus amante da Humanidade, o que sonha? Dar-lhe uma Nova Cabeça! Jesus Cristo é o Novo Adão – diz Paulo – ou seja, é a Nova Cabeça da Humanidade. Acontece em Jesus Cristo a recapitulação da humanidade [re-capite: pôr uma nova cabeça]. Da Nova Cabeça circula para o Corpo a dinâmica da Vida, da Reconciliação e da Paz que recria o Corpo inteiro do pecado. Eis como o diz o Apóstolo: “Por um homem penetrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte [no sentido de morte violenta, como o fratricídio de Caim], e assim a morte estendeu-se para toda a Humanidade. Mas assim como pelo pecado de um só reinou a morte através dele, com muito maior razão por meio de Jesus Cristo reinou a vida… Assim como com o pecado de um só se estendeu a condenação a toda a Humanidade, assim a fidelidade de um só estendeu a toda a Humanidade o decreto que concede a vida! Onde abundou o pecado, superabundou a Graça! (Rom 5, 12-20)
Assim como o Primeiro Adão introduziu na marcha histórica da Humanidade a dinâmica do pecado que gera o fratricídio, o Novo Adão tornou-se para todos dador do Espírito da Vida que gera a Fraternidade. Assim como o pecado de Babel gerara a confusão entre todas as línguas, o Espírito do Pentecostes gerou o entendimento entre todas! Eis a Nova Humanidade iniciada em Jesus, o Cristo.
Esta Nova Humanidade nele inaugurada ainda não está acabada. Ainda correm nas “veias relacionais” deste Corpo universal muitos ritmos negativos à moda de Adão… Mas circula também neste Corpo que formamos com todos os Homens e Mulheres de todos os tempos o Espírito Santo que nos inspira ao Amor e nos abre a relações fraternas marcadas pela Verdade e pelo Bem-Querer.
Aqui, temos que despertar para uma outra dimensão essencial da Vida: começamos por ser o que outros fizeram de nós.
Quando uma pessoa humana começa a tomar consciência da sua própria existência já está profundamente habitada e marcada por outros! É à luz desta verdade que devemos entender hoje a linguagem do Pecado Original, o Pecado que vem das Origens.
Começamos a nossa vida recebendo um leque de possibilidades que nos são dadas pelos outros. No entanto, os outros também inscrevem em nós bloqueios e limitações. A Humanização é um processo histórico de realização das possibilidades permanentemente recebidas e a vitória sobre os bloqueios, na certeza de que quando realizamos uma possibilidade abre-se um novo leque de possibilidades, e quando derrotamos um bloqueio ficamos mais fortes para derrotar os seguintes!
Ninguém é herói ou culpado pelas possibilidades ou bloqueios que são inscritos na sua vida. O heroísmo ou a culpa decidem-se no modo como cada um põe as suas possibilidades a render. As possibilidades têm sempre a ver com o amor, e os bloqueios são sempre consequência do pecado humano.
Falar de Pecado Original significa compreender esta dinâmica da vida pela qual nascemos no seio de uma Humanidade marcada não só por ritmos positivos, mas também por ritmos negativos. Entende tudo isto como linguagem relacional!
Podemos entender o Pecado que vem das Origens deste modo: começamos por ser apenas vítimas do pecado da Humanidade, mas depois tornamo-nos também culpados desse pecado pelo nosso próprio pecado individual. Isto é, não só nascemos num contexto humano marcado por ritmos negativos, como depois nós próprios inscrevemos alguns ritmos negativos na marcha da História.
Dizer que Maria, mãe de Jesus, foi “isenta de pecado original” não significa, por isso, que não tinha uma “manchinha na alma” que os outros tinham! Significa dizer que nascendo no seio de uma Humanidade marcada por ritmos negativos, não inscreveu na história novos ritmos negativos! Vítima do pecado humano, não se tornou culpada desse pecado pelo seu próprio pecado individual. Por isso foi uma mediação extraordinária da Verdade e da Ternura Maternal do Espírito Santo para Jesus na preparação da sua Missão Messiânica!
Celebrar Maria como Imaculada Conceição é Boa Nova para todos os discípulos de Jesus, o Cristo, porque se torna para nós apelo a derrotarmos a lógica do pecado original-universal em nós e nas nossas comunidades.


Ajuda-nos,
Espírito da Verdade, que nenhuma fórmula pode conter
nem nenhum tempo consegue esgotar,
a vivermos abertos à novidade da Tua presença
e à surpresa da Tua acção em nós.
Dá-nos um coração generoso
para nunca nos negarmos aos Teus pedidos,
Forte para vencermos o pecado que nos vitimiza
e Sábio para resistir a todas as tentações
que aumentam o Pecado Original-Universal!
Servos de Jesus Cristo,
o novo Adão,
faz-nos vitoriosos sobre o pecado, a violência e a morte!
Amén

5 de dezembro de 2006

Diga sim à vida!


"Concorda com a despenalização do aborto até às dez semanas de gravidez, em estabelecimento clínico devidamente autorizado?"

Pois é, esta questão está outra vez premente entre nós, mais que nunca!
Há aqueles que não concordam ou que acham que é uma opção que diz exclusivamente respeito à mulher que se vê em apuros.
Há aqueles que tentam saber a opinião de amigos. Há aqueles que criticam de modo extremamente arrogante o: «NÃO!».
Somos alvo de argumentos falaciosos que nos tentam persuadir a aceitar algo que se denota como desenvolvimento social! Dizer não ao aborto é considerado por muitos uma atitude retrógada. É extremamente frequente o uso da pergunta que pretendem ser retórica: «Para quê trazer uma criança ao mundo que sabemos que passará inúmeras dificuldades?»
Felizmente há também muita gente que defende a vida (particularmente, o movimento pró-vida). É bom que se perceba, ainda, que defender a vida não implica a envolvência de dogmas religiosos. Vida é vida! Devemos vivê-la!!
O aborto não é solução para os problemas sociais que o homem criou! Uma sociedade que leva a mulher a abortar, modelando-a de forma a esta pensar que teve liberdade de escolha ... isso sim é uma sociedade retrógada!
Dê-nos a sua opinião!
Algumas fotos e documentação em:
ou em

3 de dezembro de 2006

Adoração ao Santíssimo Sacramento


No próximo Sábado, dia 9 de Dezembro vai realizar-se na Sé de Beja a já habitual Adoração ao Santíssimo Sacramento pelas 21h, organizada pelos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis, Jovens Shemá' e Companheiros do Santíssimo Sacramento.
Não faltem
Jesus Ontém, Hoje e Sempre

O ADVENTO


A grande mensagem do Advento
é que Deus, em Cristo,
vem renovar as nossas forças
e capacitar-nos a viver de
cabeça erguida,
seguindo o seu chamado.
A nossa tarefa não é solucionar
todos os problemas do mundo,
mas amar profunda e verdadeiramente
a todas as pessoas e, junto com elas,
fazer o que estiver ao nosso alcance
para avançar na construção do
Reino de Deus.
É uma tarefa coletiva,
do mutirão de Deus.
Então o Advento é um chamamento
para darmos as mãos, unirmo-nos,
e assim seremos mais fortes
no anuncio do Evangelho,
até que todos Creiam no
Advento de Cristo.
Advento é tempo de espera,
de esperança.
Na esperança já fomos salvos
(Rom.8.24).
Esperança que não é atitude passiva,
nem a expectativa por grandes
festas barulhentas ou sociais.
Advento é mesmo a chegada.
A esperança de alguém
muito especial para nós.
Um momento solene.
É o INFINITO, dentro do finito,
o INFINITO dentro do passado,
do presente e do futuro.
A Igreja celebra o início do Ano Litúrgico e com ele o início do Advento e a preparação para o Natal celebrado no dia 25 de Dezembro.
Jesus veio ao mundo há cerca de 2000 anos, para no salvar. Ele hoje continua a vir para nos salvar. Como tal, preparemo-nos para a Sua visita.
Jesus Cristo ontém, hoje e sempre.

1 de dezembro de 2006

Faz falta o silêncio!


"E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar."

in Vai Aonde Te Leva o Coração, de Susana Tamaro

27 de novembro de 2006

Pinta o teu mundo e não deixes que ele perca a cor!

Quando olhamos para um iceberg, só conseguimos ver uma pequena porção, mas sabemos que a maior parte do seu volume permanece submersa.
Da mesma forma, quando entramos em contacto com as pessoas, experimentamos apenas somente uma face da sua personalidade, a totalidade permanece invisível.
Percepção é a capacidade de ver o que está além da forma, entender o sentimento que acompanha as palavras, captar a linguagem silenciosa do olhar.

Fernando Luís
Procura...
Procura compreender para além daquilo que sentes.
Procura compreender sempre o que te rodeia.
Porque é quando o céu está cinzento,
que te aconchegas na tua solidão.
No silêncio aconchegante do cobertor manso.
E é debaixo do sol caloroso,
que explodes em vida.
E que a vida explode em ti!
Sem esta dicotomia de que te vais construindo,
não saberias apreciar nenhum dos momentos.
Procura compreender a vida.
Mesmo quando sentes o cruel nada
furar a redoma que soubeste construir em ti.
Compreende-te a ti e ao outro... sempre.
Mesmo quando alguém te magoa ou te desilude.
Pois, se alguém te desiludiu, é porque te deixaste iludir.
Dá graças por esses momentos de ilusão.
Eles verificam a tua capacidade de sonhar,
Tenta... Apenas compreender!
E quando houver várias explicações plausíveis,
opta por aquela que te deixar o mundo colorido.
Porque aí reside a tua essência divina.
Em saber sonhar... antes e depois do momento
que te atira ao chão.
Aquele que por tanto lutaste para
que não te atingisse.
É por isso que sorris constantemente,
para não te deixares cair na redoma dilacerante da tristeza.
É por isso que tens que aprender a compreender.
Não explicar semanticamente... apenas sentir.
Sentir o mundo que freme à tua volta.
Constrói o teu mundo!
Tens o poder de o pintar nos tons que queres.
Faz da vida uma canção, composta por notas diferentes
que são a tua melodia. Tu és o compositor!
Vive, sente, edifica o teu sentimento.
Tenta perceber... que és composto pela incerteza.
E que nada à tua volta te confere ou retira a força de viver.
Tu és essa força, que um dia descobriste em ti.
Esse sopro de vida foi-te concedido por um qualquer
ente superior, a quem resolveram chamar Deus.
27.11.2006

26 de novembro de 2006

Por que Jesus Cristo é Rei?


Desde a antigüidade se chamou Rei a Jesus Cristo, em sentido metafórico, em razão ao supremo grau de excelência que possui e que lhe eleva entre todas as coisas criadas. Assim, diz-se que:
Reina nas inteligências dos homens porque Ele é a Verdade e porque os homens precisam beber Ele receber obedientemente a verdade;
Reina nas vontades dos homens, não só porque nEle a vontade humana está inteira e perfeitamente submetida à santa vontade divina, mas também porque com suas moções e inspirações influi em nossa livre vontade e a acende em nobres propósitos;
Reina nos corações dos homens porque, com sua elevada caridade e com sua mansidão e benignidade, faz-se amar pelas almas de maneira que jamais ninguém —entre todos os nascidos— foi nem será nunca tão amado como Cristo Jesus.
Entretanto, aprofundando no tema, é evidente que também em sentido próprio e estrito pertence a Jesus Cristo como homem o título e a potestade de Rei, já que do Pai recebeu a potestade, a honra e o reino; além disso, sendo Verbo de Deus, cuja substância é idêntica a do Pai, não pode ter pouco comum com ele o que é próprio da divindade e, portanto, possuir também como o Pai o mesmo império supremo e muito absoluto sobre todas as criaturas.
Agora bem, que Cristo é Rei o confirmam muitas passagens das Sagradas Escrituras e do Novo Testamento. Esta doutrina foi seguida pela Igreja –reino de Cristo sobre a terra- com o propósito celebrar e glorificar durante o ciclo anual da liturgia, a seu autor e fundador como a soberano Senhor e Rei dos reis.
No Antigo Testamento, por exemplo, adjudicam o título de rei a aquele que deverá nascer da estirpe do Jacó; que pelo Pai foi constituído Rei sobre o monte santo de Sião e receberá as pessoas em herança e em posse os limites da terra.
Além disso, prediz-se que seu reino não terá limites e estará enriquecido com os dons da justiça e da paz: "Florescerá em seus dias a justiça e a abundância de paz... E dominará de um mar a outro, e do um até o outro extremo do círculo da terra".
Por último, aquelas palavras de Zacarias onde prediz o "Rei manso que, subindo sobre uma burra e seu filhote", tinha que entrar em Jerusalém, como Justo e como Salvador, entre as aclamações das turfas, acaso não as viram realizadas e comprovadas os santos evangelistas?
No Novo Testamento, esta mesma doutrina sobre Cristo Rei se acha presente do momento da Anunciação do arcanjo Gabriel à Virgem, pelo qual ela foi advertida que daria a luz um menino a quem Deus tinha que dar o trono de Davi, e que reinaria eternamente na casa de Jacó, sem que seu reino tivesse fim jamais.
O próprio Cristo, logo, dará testemunho de sua realeza, pois ora em seu último discurso ao povo, ao falar do prêmio e das penas reservadas perpetuamente aos justos e aos maus; ora ao responder ao governador romano que publicamente lhe perguntava se era Rei; ora, finalmente, depois de sua ressurreição, ao encomendar aos apóstolos o encargo de ensinar e batizar a todas as pessoas, sempre e em toda ocasião oportuna se atribuiu o título de Rei e publicamente confirmou que é Rei, e solenemente declarou que lhe foi dado todo poder no céu e na terra.
Mas, além disso, que coisa haverá para nós mais doce e suave que o pensamento de que Cristo impera sobre nós, não só por direito de natureza, mas também por direito de conquista, adquirido a custo da redenção? Tomara que todos os homens, bastante esquecidos, recordassem quanto custamos ao nosso Salvador, já que com seu precioso sangue, como Cordeiro Imaculado e sem mancha, fomos redimidos do pecado. Não somos, pois, já nossos, posto que Cristo nos comprou por grande preço; até nossos próprios corpos são membros de Jesus Cristo. Tenham um Santo Dia.

A Festa do CRISTO REI


Com o objetivo de que os fiéis vivam estes inapreciáveis proveitos, era necessário que se propague o maximo possível o conhecimento da dignidade do Salvador, para o qual se instituiu a festividade própria e peculiar de Cristo Rei.
Desde o final do século XIX, a Igreja realizava os preparativos necessários para a instituição da festa, a qual foi finalmente designada para o último domingo do Ano Litúrgico, antes de começar o Advento.
Se Cristo Rei era honrado por todos os católicos do mundo, preveria as necessidades dos tempos presente, pondo remédio eficaz aos males que friccionam a sociedade humana, tais como a negação do Reino de Cristo; a negação do direito da Igreja baseado no direito do próprio Cristo; a impossibilidade de ensinar ao gênero humano, quer dizer, de dar leis e de dirigir os povos para conduzi-los à eterna felicidade.
Em um mundo onde prima a cultura da morte e a emergência de uma sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei anima uma doce esperança nos corações humanos, já que impulsiona à sociedade a voltar-se para Salvador. Preparar e acelerar esta volta com a ação e com a obra seria certamente dever dos católicos; mas muitos deles parecem que não têm na chamada convivência social nem o posto nem a autoridade que é indigna lhes faltem aos que levam diante de si a tocha da verdade.
Estas desvantagens possivelmente procedam da apatia e timidez dos bons, que se abstêm de lutar ou resistem fracamente; com o qual é força que os adversários da Igreja cobram maior temeridade e audácia. Mas se os fiéis todos compreendem que devem lutar com infatigável esforço sob a bandeira de Cristo Rei, então, inflamando-se no fogo do apostolado, se dedicarão a levar a Deus de novo os rebeldes e ignorantes, e trabalharão corajosos por manter incólumes os direitos do Senhor.


Espero que tenham todos um Santo Dia, e que JESUS reine cada vez mais no nosso coração e neste mundo onde cada vez mais, o rei é o dinheiro, o poder e a soberba.
"Amarás o Senhor teu Deus, e só a Ele prestarás culto" disse Jesus. Ele é o único Rei e Senhor.

24 de novembro de 2006

Simplificando o Amor...

Amar é "Viver"!

Falar do Amor é falar da dimensão do ser humano. Do modo como este pensa, actua, sente, identifica, projecta e vive. Falar de Amor é falar da própria Vida. Trata-se de uma temática cuja transversalidade de abordagens e idiossincrasias de perspectivas e atitudes justifica a sua dissecação em parâmetros que permita uma análise mais simplificada, mas não simplista.
Comecemos pelo par de opostos! O Amor é por natureza heróico, destemido e vivaz, entre outras, a realidade perfeita por oposição ao medo e isso verifica-se no desenvolvimento da mente e da moral humanas. O medo acorrenta-nos na escravidão das vistas curtas. Por vezes, cegas! Limita a entrega, a descentração e a acção. É causa e consequência da ignorância. Pelo medo matamos, discriminamos e involuimos; e a nossa história é disso prova. É, portanto, de fácil compreensão que o medo está nas antípodas do Amor e que sai totalmente da esfera da evolução. O Amor é, pelo contrário ao medo, fonte de segurança, de conhecimento, de respeito, de entrega, de paixão, de aventura, … e a lista não teria fim!
O Amor implica Liberdade! Penso que a aprendizagem deste parâmetro é das mais bonitas da Escola da Vida. Liberdade implica individualidade na interdependência. Isto é, requer a exigência de sermos, com respeito, maturidade e consciência, nós próprios no partilhar a vida com o outro, pelo que a assertividade é sine qua non desta variável.
A Liberdade é também o maior preditor da validade do Amor. A Liberdade é um pleno exercício da competência da descentração. Do colocar-se no lugar do outro e, com autenticidade, estudar o seu comportamento, a sua dedicação e a congruência, ou a ausência desta, entre o que diz sentir e o modo como o demonstra. Amar é isso mesmo – deixar livre o outro!
O constante dar sem a cobrança, o entregar-se sem as contrapartidas, o relacionar-se sem aprisionar. A Liberdade é um dos parâmetros mais importantes do Amor, porque na maioria das relações, sejam elas de amor erótico, fraternal ou patronal, aquele que mais vezes é violado! Dar Liberdade é essencial para garantir a nossa própria liberdade e, em última instância, a nossa identidade.
A comunicação é também uma das variáveis do Amor. O saber comunicar implica, não só saber expressar-se, mas também fazê-lo com respeito por nós e pelo outro, tanto nas palavras como na atitude e na integridade dos argumentos. Aprender a ouvir com a mesma disposição que reivindicamos, sobretudo aprender a sentir o outro, entre as suas palavras intermitentes. O saber comunicar é um acto de sapiência, de carácter e de valor.
A confiança é mais uma das pedras angulares essenciais para a sedimentação e constante renovação do amor. Se amamos, só é aceitável que se confie no outro. A meu ver, é uma condição cuja discussão não faz sentido.
Amar é uma constelação de muitos parâmetros, que de idílicos nada têm. Requerem apenas sinceridade nos actos e determinação no sentimento. Não existem receitas mágicas para amar melhor, amar é amar! É algo que tanto transcende o Homem como lhe é inerente. O amor tem ainda uma conotação pessoal, que deve evoluir, composta de intenções e valores. A disposição para os tornar realidade é que poderá variar em função da veracidade daquilo que dizemos sentir.
O amor, em termos comportamentais, é a base daquilo que somos hoje, como colectividade e como indivíduo. O Amor não tem barreiras, sejam elas culturais, religiosas, sexuais, institucionais e/ou sociais.
Amar é essencial e é a essência da vida.
28/10/06
 

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